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No mundo social em que nos enquadramos e vivemos relaciona-mo-nos, cuidamos, partilhamos, conquistamos, aprendemos e ganhamos. Tudo faz sentido quando vivemos em relação com o outro. No entanto, a relação não é algo que se adquire de um dia para o outro, é antes um crescimento, feito entre descobertas e em conjunto, onde se dá lugar àquilo que é bom, mas também onde há lugar para se viver aquilo que é mau. Nestas trocas existem discórdias, mal-entendidos, falsas ideias, pensamentos errados, que nos levam muitas vezes a adotar posturas erradas na relação com o outro.

Falemos do perdão. O que é o perdão? Qual o seu verdadeiro significado?

Mais do que uma simples palavra, o perdão é algo que se sente, que se experiência emocionalmente no nosso mundo interno e que acaba por ter reflexo nos nossos comportamentos exteriores.

Ao contrário do que se possa pensar, o ato de perdoar não pressupõe que se esqueça, até porque significaria que estaria disponível para que a mesma situação voltasse a acontecer, mas antes pressupõe-se que se atinja um estado de bem-estar em relação à situação de conflito. É nesta altura, quando se atinge um sentimento de bem-estar, ou seja quando já não há raiva, zanga, tristeza quando se aborda ou pensa sobre a situação de conflito, que o sujeito terá atingido o verdadeiro patamar do perdão.

O perdão pode ser construído a partir da compreensão da atitude do outro que nos tenha magoado, e perceber que os sentimentos de raiva, zanga, acabam por ser nocivos a longo termo para o próprio.

A responsabilidade da mágoa por vezes é de quem magoa, porque o faz de uma forma deliberada e intencional, mas outras vezes também é responsabilidade de quem é magoado. A responsabilidade recai sobre quem é magoado quando este não dá a conhecer ao outro o que realmente o pode magoar, acreditando-se muitas vezes que o outro tem que possuir o dom de adivinhar aquilo que o magoa (sendo este um dos erros mais comuns que leva a desentendimentos).

É importante perdoar, mais que não seja para se libertar de sentimentos destrutivos e que assumem influência no seu dia-a-dia.

Luís Carlos Batista - Psicólogo




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