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A Alienação Parental é uma problemática ainda um pouco desconhecida pela nossa sociedade em geral, mas que aos poucos tem ganho destaque.

Esta surge a partir de um forte conflito parental, no qual um dos progenitores adota comportamentos de desvalorização, desacreditação, difamação em relação ao outro progenitor, exercendo desta forma uma manipulação sobre a criança, uma lavagem cerebral acerca do outro progenitor.

As principais vítimas da problemática da Alienação Parental acabam por ser as crianças que, não tendo quaisquer responsabilidades sobre o conflito parental, acabam por se verem envolvidas num jogo perverso, onde um dos progenitores deturpa a imagem do outro progenitor, na espectativa de que a criança o deixe de amar em detrimento de um amor exclusivo sobre o progenitor alienador. Nestas situações, as crianças acabam por ser usadas como meio de atingir um dos progenitores.

Uma avaliação não cuidada destas situações pode levar a erros gravíssimos. Como por exemplo, aquando de uma avaliação psicológica, o técnico se só tiver em conta a visão do progenitor alienador sem adotar uma atitude crítica face ao que lhe é relatado, poderá resultar em relatórios altamente contaminados que muitas vezes vão parar a tribunal e que comprometem a relação entre a criança e o outro progenitor no futuro; a própria escola quando ouve a versão do progenitor alienador e não adota nenhuma postura crítica acaba por restringir muitas vezes o acesso do outro progenitor à vida escolar da criança e, para além de que a escola poderia constituir-se como mais um facilitador da relação entre a criança alienada e progenitor não alienador.

Os progenitores alienadores adotam geralmente discursos que chocam os outros, na tentativa de conseguirem o seu apoio, como por exemplo: queixas de agressões físicas, violações, de que não asseguram as necessidades básicas (alimentação, sono, higiene…) das crianças. Já às crianças, os progenitores alienadores agarram em situações normais de convivência entre as crianças e os outros progenitores para as manipularem, como por exemplo: é dito à criança que se o outro progenitor teve cuidado com a sua higiene íntima foi porque que este lhe fez mal (situação de molestar). Estes discursos irão provocar na criança uma enorme confusão, pois se por um lado não sentiram que foram alvo de qualquer atitude má do progenitor não alienador, por outro temem fazer frente ao progenitor alienador com medo de que possam perder o amor deste.

A problemática da Alienação Parental carece ainda de alguma investigação que explique e que nos permita identifica-la facilmente. No entanto, perante uma situação de conflito em casos de separação/ divórcio deve-se sempre adotar uma atitude crítica face às situações expostas, numa tentativa de se perceber em primeiro lugar o que realmente se passa, e por outro lado, poderem-se adotar as medidas necessárias para que se possam proteger as crianças destas situações.

Luís Carlos Batista - Psicólogo




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